terça-feira, 27 de julho de 2010

Design e Estética Industrial



“A Estética Industrial é o oposto da mania de copiar; nada tem a ver com adornos, floreios e barroquismos. [...] Não se trata de acrescentar uma custosa ornamentação a máquina de lavar, nem esculturas em alto relevo sobre uma peça, mas de obter um produto o mais bem executado possível...” (La Estética Industrial, Denis Huisman, p.5)


Em nosso pensamento, nunca vinculamos indústria com estética; e essa não- relação nos surgiu com a industrialização e a extinção da figura do artesão. E por isso, há quem diga que a padronização da indústria moderna “afeia” os objetos; mas, de certa forma, as tentativas de embelezamento daquelas “padronagens” todas que ainda se vêem por aí, não dão muito certo não. Lembra daquelas máquinas de costura horríveis e enormes cheias de florzinhas estampadas em seu corpo de metal? rs.



Pois é, aquilo ali já passou. Vemos-nos num tempo em que até as “artes e ofícios” estão se mecanizando ou mesmo sendo manufaturados, tomam escala industrial. Como disse Frédéric Rauh: “Só é homem quem vive a vida de seu tempo”. E a nossa época não é artesanal.


Temos então a puro vapor, a Estética Industrial, que nada mais é que a limpeza das formas, a simplificação para conseguir o embelezamento sem adição de elementos supérfluos. É o melhor casamento do útil ao estético. É o funcionalismo.


Falo da beleza, porque ela se põe em mesa sim! Mas, além da beleza das formas, me refiro a beleza do ser útil. A perfeição do objeto se dá a sua adaptabilidade; a fidelidade no cumprimento da função em que foi destinada; ao equilíbrio de forma e estrutura, à veracidade dos materiais utilizados na fabricação, etc. É a arte implicada ao produto.



Isso é Estética Industrial, é o meio termo entre os relógios damasquinados do século XVI e uma máquina de lavar adornada com flores em alto relevo; é a preocupação com o gosto do consumidor, é a vontade de lucrar, claro. Mas é principalmente funcionalidade, e isso é design!




Fonte: HUISMAN, Denis; PATRIX, George. La Estética Industrial (tradução parcial). Editora: OIKOS-TAU.

 

Postado por Carol (Lilo')

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